segunda-feira, maio 31, 2010

Vida após funeral...

Vida após funeral...

No denso nevoeiro
Deambulam aqueles
Que outrora foram homens
Mas hoje, cadáveres ambulantes

E eu perdido ali no meio
Desorientado pelo cheiro que exalavam
Com o suor a escorrer na minha face
E a confundir-se com as minhas lágrimas de pânico

Agachei-me e gritei por ajuda alheia
Mas sentia os passos das criaturas
De face deformada e feia
Aproximarem-se sedentas de carne humana

Desesperadamente corri por entre eles
Que por serem impavidamente vagarosos
Não me alcançaram
Vociferando em voz grave, gritos tenebrosos

O nevoeiro tornava-se cada vez mais denso
À medida que eu avançava
Foi então que caí numa poça de lama
E concluí que tudo funestamente terminava

Um punho entrou-me pelas costas
Agarrando o meu coração
O sangue escorria-me pela boca
Naquela hora de aflição

Não sei como vi
O meu coração, que ainda batia
Nas mãos daquele infame...
Só sei que hoje... sou um deles...

sexta-feira, maio 21, 2010

Sórdido Sol

Tem estado Sol a mais para o meu gosto...

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Sórdido Sol

Amaldiçoai o Sol
Astro ignóbil
Danado sejas
E condenado a gelar

Incendiário apático
Imóvel demoníaco
Danado sejas
Malevolente enfático

A tua redenção
É escureceres até ao tutano
Deixares-te substituir pela Lua
Uma Lua eternamente cheia

Eternamente cheia
Dando brilho a uma noite eterna
De uma beleza visível
E não sordidamente ofuscante


Rende-te perante a minha fúria
Contra a tua existência
Que sendo ela maior, que a minha misantropia
Te empregará brutal penitência

Degradais o alimento
Secais os rios
Adiantais a nossa fome
Assim como a nossa sede

Queimas o corpo do meu ser
Mas eu sou composto de corpo e alma
E se pensas que ambos podes aniquilar
Provai o sabor da minha calma...

Pois o sabor da minha angústia...
Faria perecer incontáveis de ti...

sábado, maio 08, 2010

A Gritaria

O eco do que sinto finalmente transformou-se em gritos... mas deixo uma promessa, o eco é interminável...
http://www.newgrounds.com/audio/listen/330396

A Gritaria

Ecoa, angustiado grito
Quem ousaria chamar-te mito
Destrói quem te tentar arruinar
Sem dó, sem piedade, sem calar

Explode todas as frustrações
Para fora de ti
Conta as tuas histórias de terror
Não fiques a implodir aqui

Mostra o teu ódio pela luz
Por Deus e por Jesus
Tu és Satanás
Único e sagaz

Grita!
Faz com que o teu eco seja interminável
E cita!
Tudo o que é abominável

Mostra o ódio!
O desespero!
O Pódio!
Da dor!
Da frustração!
Do amor!
Que por mais certamente negado!
Mas não absolutamente!
Dificilmente será esquecido!

domingo, maio 02, 2010

Condensação de Malevolência

Cozinho a alma do teu ser, a meu belo-prazer
Certificando-me que, toda a parte da tua benevolência
É queimada e destruída, tal é a imaginação da minha demência

Acordo a malevolência que há em ti, criando uma máquina de dor
Impingindo todo o meu ódio na humanidade
Mas que não tenho força para libertar

Deglutindo a tua alma
Junta-se a tua ira à minha
E a minha mente calma, pensa agora em morbidez e derramamento...

Tudo deve perecer, até não sobrar nada
Só eu e tu
E mais ninguém

Todos devem sofrer, até implorarem por misericórdia
Excepto eu e tu
Meu bem...

A desgraça iminente
Vos acordará todas as manhãs
A dor, a miséria e o desespero, em vós será bem assente

Quem viveu uma vida de sofrimento, vai desejar voltar a essas épocas
Pois a minha ira é tão forte
Que todo o sofrimento jamais conhecido, não passam de carícias ao ego humano

Os justos irão me desejar tanto mal
Que serão danados
Pelo seu Senhor (Que os ama)

Provai o sabor das minhas tormentas
O meu poder acordou
Eu sou o único demónio que se pode considerar verdadeiro

Todos devem perceber, que eu sou o único inimigo
Aliás, eu e ela
A alma de qual tomei posse

Todos devem entender, que não existe saída deste jogo
Qualquer estrada onde caminhem
É uma via para lado nenhum

Eu sou o vosso único inimigo
Amai-me! Pois vosso Senhor o disse
Amai o vosso inimigo...