quarta-feira, junho 30, 2010

Manjar de térmitas

Manjar de Térmitas

Cala-te!
Sufoca...
E arde...
Vê como a tua própria carne facilmente se putrefaz...

Agora vocifera essa emoção que é arder
Sente cada parte do teu corpo lentamente a derreter
Inala esse fumo da chama flamejante
Que se adiciona à dor do teu carbonizar

Sente o teu corpo cair
Nas tuas próprias cinzas
E dá graças à invulgaridade do teu ser
Que arde sem desfalecer sem cessar de viver

Tremes incontrolavelmente, mas de todo não tens frio
Mantens esses olhos de pânico estupidamente abertos
Sim! Estupidamente!
Não vês que o fogo ainda arde idiota?

E queimam-se os teus olhos
E as tuas órbitas oculares ficam vazias
A chama espalha-se para o teu interior
Queimando tudo o que o compõe

Agora que o teu coração está reduzido a cinzas
Congratulo-te por seres um cadáver
Mas ninguém sabe quem és
Ninguém sabe onde estás?

E agora?

Magicamente a chama apaga-se
Precisamente antes dos teus restos mortais
Carbonizarem-se por completo
Mas estes tornam-se agora... um manjar de térmitas...

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