quarta-feira, julho 28, 2010

Pesadelo Contínuo

Pesadelo Contínuo

Explosão de violência entre ramos de árvores
Sob acordes melancólicos
Ecoados num cenário mórbido
Fruto de uma mente adormecida

Um cenário onde estás tu, descalça
Com a cabeça inclinada, chorando,
Sobre um lago de lágrimas
Com justificações que o vento roubou

Outrora tentei seguir o vento
Orientando-me pelo seu típico uivar de inverno
Procurando as razões do chorar dela
E assim que alcancei as inúmeras razões
Fui atingido por uma doce rajada soporífera

Nos sonhos do sono do meu pesadelo
Encontrei uma explosão de violência entre ramos de árvores
E escutei uma melodia melancólica tocada numa guitarra dedilhada
Que ecoava na vastidão de um cenário mórbido
Onde encontrei uma jovem descalça
A chorar sobre um lago de lágrimas
Cuja razão para elas terem caído
O vento roubou

Perguntei à jovem porque chorava
Arranhou-me a cara deixando-me 3 cortes profundo
Abrindo a sua boca com lábios cinzentos
Exibindo todos os seus dentes afiado
Apontando-me os seus olhos completamente negros
E disse-me em voz gutural:
"A razão porque choro
Meu jovem insípido
É para atrair mais idiotas sentimentalistas como tu."

E ao acordar, sufocando de medo
Notei que ainda dormia
E o cenário mórbido ainda lá estava
Na dimensão do sono
E voltei a tentar encontrar as razões
Para a queda das lágrimas da jovem
No uivar de inverno do vento
E quando as encontrei
Fui atingido por uma doce rajada soporífera
E o inquestionável passou-se vez após vez...

sábado, julho 17, 2010

Rosa Negra

Rosa Negra

Sorris sob chuva fúnebre
No funeral do meu vergonhoso passado
Encantando-me com a dança das tuas pétalas
Tão mórbidas
Onde encontro a definição de beleza

Pertencias à flora do éter
Mas caíste na cabeça de uma jovem noctívaga
Com cabelos convidativos à carícia
Escondendo a sua pálida cara
Embora seja insanavelmente bonita

Duvido que essa jovem seja humanamente concebível
Há algo malicioso na expressão facial dela
Malicioso embora gracioso
Uma origem demoníaca, talvez...
Curiosamente inesquecível...

E essa curiosidade tomou conta de mim...
Como o sal toma conta da água do oceano...
E essa curiosidade faz-me gritar.
Em noites de frustração
Em que as nuvens tomaram conta do céu:

"Rosa Negra!
Portadora de culto...
Não te consigo ver hoje!
Nesta noite nublada...
Escondes-te na máscara
Que a ausência de luz te ofereceu..."

Assim eu perdi...

Perdi a maravilhosa dança das pétalas negras
Na ténue aragem oceânica
Perdi a fragrância das profundezas das trevas
Que contigo trazes sem seres artificialmente perfumada
Perdi a aconchegante visão da face da jovem que cobres
Deveras a mais bela peça de porcelana que já vi
Metaforicamente de porcelana, é claro...

E em noites passadas em branco, perdidas no pensamento, concluí:

Assim como as plantas vulgares se alimentam de dióxido de carbono
Transformando este em oxigénio
Tu alimentas-te da alma humana, seduzindo-a com os teus encantos
E devolves esta ao seu portador, com uma maldição anexada...
A maldição de não te conseguir esquecer
Nunca...

E a Lua nunca mais tomou conta do céu...
E a mistura da cor tuas pétalas com a escuridão
Tornaram-te invisível...
Eternamente...

quarta-feira, julho 14, 2010

"I condemn christianity. I bring against the Christian Church the most terrible of all the accusations that an accuser has ever had in his mouth. It is, to me, the greatest of all imaginable corruptions; it seeks to work the ultimate corruption, the worst possible corruption. The Christian church has left nothing untouched by its depravity, it has turned every value into worthlessness, and every truth into a lie, and every integrity into baseness of soul. Let any one dare to speak to me of its "humanitarian" blessings" - Friedrich Wilhelm Nietzsche

sábado, julho 10, 2010

Morrer antes de nascer...

Envergo os quentes e aconchegantes intestinos de uma jovem outrora grávida, não a tivesse eu feito abortar violentamente. Agora rio-me e unto-me com a placenta do seu feto de 8 meses, tomando o seu débil e morto corpo como minha refeição nocturna, dando metade do que sobrou aos meus cães voluntariamente enfurecidos, e colocando a outra metade no coração dos meus aposentos, para admirar a cada dia que passa o apodrecimento do morto e dissipado feto e inalar o odor pútrido da matéria que o constitui enquanto uso o cadáver da sua mãe para efeitos necrófilos... tão negra é a essência da minha maldade.

A Elfa

A Elfa

Envergas essas vestes delicadas
Que exibem sensualmente a tua pele
Tão reluzente e imaculada
Tão convidativa ao meu olhar

Numa das inúmeras vezes que olho para ti
Os teus olhos cruzam-se com os meus
Fazendo-me absorver, jardas descomunais de desejo
E fico a pensar, será isto um jogo de atracção para uma armadilha?

Pois sei que és travessa
Que és a Rainha da Floresta
Danças e saltas por entre ramos
Trazes contigo esse cheiro da resina das árvores
E essa melodia folclórica tocada em flauta

Nos confins negros da minha mente
Desenho-me a mim e a ti
Deitados sobre uma cama de folhas de eucalipto
Entregues às maravilhas da fornicação...

"Para onde vais elfa?"
Perguntei-me enquanto imprudentemente te seguia
Atraído pelo teu encanto
Mas em posição de predador

Olhas para trás como quem teme
Com uma face assustada e inocente
Embora com olhos sedutores
Serei o predador ou a presa?

E agarro-te onde ninguém nos pode alcançar
Com o seu fútil olhar
Como um cobarde violador
Embora nunca o tenha sido

Mas entregas-te a mim
Deixando-me te tocar nas partes íntimas do teu corpo
E fico rendido à voluptuosidade proporcional da tua graça
E desfaleço como se envenenado tivesse sido...


Acordo 12 horas depois... falta-me um rim...

terça-feira, julho 06, 2010

Ar...

Ar

A inalação é contínua
É um aroma, um sabor....
Que faz com que a sensação de satisfação
Não passe de mera ilusão

Ah! Delicioso ar!
A razão do meu respirar
Quer esteja envenenado, quer não
Não interessa... Consigo suportar...

As narinas doem-me
Mas não quero saber...
Vou corta-las!
E mandar toda a cartilagem que compõe o meu nariz, fora!

Ajoelho-me violentamente
Fechando os meus punhos com fúria
Inspiro com todas as minhas forças
Até sangrar das minhas órbitas nasais

A fome é tão grande...
E dolorosamente insaciável
Mas continuo a oferecer à hemoglobina do meu sangue
Este exótico fruto inacreditável

Este é aquele tipo de paixão
Em que o que desejo
Entrega-se a mim
Sem retaliar

É uma paixão tão forte
Que aniquilarei este mundo
Porque também te deseja e de ti depende
E eu sou um egoísta, um egoísta apaixonado... esfomeado...

Roubarei a tua preciosa disposição de toda a gente
Ninguém te dá tanto valor quanto eu
E assim sendo
Mais ninguém te merece...

Seria capaz de procurar
Neste vasto universo
Num épico momento de adrenalina
A tua fonte, a tua mãe...
E a contemplaria por tão gloriosa criação

E iria escarrar nela...
O mais nojento muco que conseguisse acumular
E iria chorar, e afoga-la nas minhas lágrimas de água oxigenada
Iria insulta-la tão rudemente!
Porque criou algo tão insuportavelmente delicioso....
Da qual sou dependente, mas não quero mais ser...
E afogar-me-ei eu também...
Para quebrar esta aparentemente eterna aliança que nos une...

Cheguei a uma conclusão...
Não suporto o que mais desejo...

quinta-feira, julho 01, 2010

Congratularei com ânimo os responsáveis pela putrefacção do conceito de todas as divindades ou elementos de apoio psicológico imaginários pertencentes aos mais ridículos e antiquados sistemas de crença à séculos corruptos e falsos embora raramente questionados e aceites como verdadeiros devido a doutrinação violenta, com uso de terror, lavagem cerebral, etc.