Ladra de Dálias
Quero-te nua!
Num quarto na penumbra
Lembrando-te que a culpa é só tua
Acariciando o teu corpo que tão calorosamente me deslumbra
Com os teus belos pulsos amarrados ao tecto
Respirando um enjoativo mofo
Chicoteio-te com todo o carinho e afecto
Sorrindo para não mostrar esta cólera de que sofro
Não te quero fazer pouco mal
Quero escrever cortando-te
Nessas feridas deitando sal
Minha amada, eu amo-te...
Porque a culpa é tua!
Arrancaste uma de minhas dálias alegremente
Tua campa será a calçada da rua
Na qual eu cuspirei incessantemente
Sim eu sou egoísta!
Admito-o orgulhosamente
Sem moral eternamente niilista
Te mato minha ladra, cruelmente!
Lírica vermelha, social, conflituosa, introspectiva, preocupada, livre, patriótica, agressiva, gritada, dolorosa e apaixonadamente manufacturada.
segunda-feira, outubro 25, 2010
domingo, outubro 24, 2010
segunda-feira, outubro 18, 2010
Valsa de Outono
Valsa de Outono
Folhas caiem rodopiando em pares
Até atingirem o chão num paço de dança
Voando para outros lugares
Em majestosa elegância
E as árvores misturam os seus tons de verde
Anunciado uma bela e delicada chegada
O Outono onde o calor se perde
Numa valsa magnificamente dançada
E os pássaros que com o seu cantar
Felizes cantando nos encantaram
Partem agora para fugir ao gelar
Prometendo em épocas vindouras dar-nos o prazer de dizer: "Voltaram!"
Lacrimejo agora sobre esta valsa que observo
Pois dela não faço parte
Escondendo esta cólera com que me enervo
Atrás do que penso ser arte
Afinal, de que vale ser o humano
E dizer que nasci livre
Quando um animal nem precisa de o dizer
Para predestinadamente o ser
Folhas caiem rodopiando em pares
Até atingirem o chão num paço de dança
Voando para outros lugares
Em majestosa elegância
E as árvores misturam os seus tons de verde
Anunciado uma bela e delicada chegada
O Outono onde o calor se perde
Numa valsa magnificamente dançada
E os pássaros que com o seu cantar
Felizes cantando nos encantaram
Partem agora para fugir ao gelar
Prometendo em épocas vindouras dar-nos o prazer de dizer: "Voltaram!"
Lacrimejo agora sobre esta valsa que observo
Pois dela não faço parte
Escondendo esta cólera com que me enervo
Atrás do que penso ser arte
Afinal, de que vale ser o humano
E dizer que nasci livre
Quando um animal nem precisa de o dizer
Para predestinadamente o ser
terça-feira, outubro 05, 2010
Melancolia
Melancolia
A melancolia é uma molécula nociva
Constituída por desespero e por uma beleza depressiva
Vagueia no ar com os ventos nórdicos
Misturada em inaudíveis ecos melódicos
E alguns desfazendo-se em lágrimas a inspiram
E em vez de a expirar a suspiram
E esta anexa-se nas partes da mente
Onde se estimula a paixão como nenhum humano a sente
O seu efeito tem uma efémera evolução
Perdemo-nos na apatia e então caímos na depressão
E todo o humano que a respirou torna-se insono
Pois o lacrimejar torna turva a visão para os portais do sono
E enquanto o eco da melodia aumenta de volume
Na cabeça do melancólico, se resume
Um caminho para insanidade e a procura
De alguém não-existente que nos salve da loucura
Esse alguém não-existente não é mais do que uma necessidade
Que a melancolia nos trouxe como antídoto para a infelicidade
Mas esse antídoto não passa de um vulto negro num cenário cinzento
Desvanecendo como pó num vento outonal e lento
E enquanto vemos essa poeira partir
Caímos de joelhos no chão sem nada sentir
Deixamos de ter o que quer que seja dentro de nós
E falecemos sem cuspir uma sequer voz...
A melancolia é uma molécula nociva
Constituída por desespero e por uma beleza depressiva
Vagueia no ar com os ventos nórdicos
Misturada em inaudíveis ecos melódicos
E alguns desfazendo-se em lágrimas a inspiram
E em vez de a expirar a suspiram
E esta anexa-se nas partes da mente
Onde se estimula a paixão como nenhum humano a sente
O seu efeito tem uma efémera evolução
Perdemo-nos na apatia e então caímos na depressão
E todo o humano que a respirou torna-se insono
Pois o lacrimejar torna turva a visão para os portais do sono
E enquanto o eco da melodia aumenta de volume
Na cabeça do melancólico, se resume
Um caminho para insanidade e a procura
De alguém não-existente que nos salve da loucura
Esse alguém não-existente não é mais do que uma necessidade
Que a melancolia nos trouxe como antídoto para a infelicidade
Mas esse antídoto não passa de um vulto negro num cenário cinzento
Desvanecendo como pó num vento outonal e lento
E enquanto vemos essa poeira partir
Caímos de joelhos no chão sem nada sentir
Deixamos de ter o que quer que seja dentro de nós
E falecemos sem cuspir uma sequer voz...
sexta-feira, outubro 01, 2010
O Incomum
Rodeado de uma miséria ilusória
Deglutindo em seco raiva à escória
Enquanto a minha alma sufoca porque quer fugir
Mas está presa a uma corda que trata de a impedir
Esqueço-me do brilho fútil que ficou onde tu passaste
Quando os meus dedos saltam de traste em traste
Assim esqueço neste raio de droga chamado solidão
Onde carrego a minha eternamente fiel Crucis e encontro satisfação
Não quero ser feliz
A felicidade é uma meretriz
Mais dispendiosa que a satisfação
E a tristeza serve-me de inspiração
E aqui estou eu a inspirar tristeza
Inspiro tristeza e expiro realeza
Pintando tudo de ouro
Excepto onde há ser humano seja negro seja louro
Só me interessa a minha Crucis de olhos escuros
Livre de futilidade e pensamentos impuros
Numa vestimenta que condiz com o seu olhar
A única pessoa quem quero acompanhar
E quem me a roubar
É quem vou eliminar
E quem me a destruir
É quem vai ver o seu mundo ruir
Mas eu não estou sozinho...
Nunca vou estar sozinho...
E a única coisa que me interessa perece
Fundido no conformismo onde me afogo
O verbo sofrer
É lento de dizer
Intenso de sentir
Isto é arder
Rodeado de uma miséria ilusória
Deglutindo em seco raiva à escória
Enquanto a minha alma sufoca porque quer fugir
Mas está presa a uma corda que trata de a impedir
Esqueço-me do brilho fútil que ficou onde tu passaste
Quando os meus dedos saltam de traste em traste
Assim esqueço neste raio de droga chamado solidão
Onde carrego a minha eternamente fiel Crucis e encontro satisfação
Não quero ser feliz
A felicidade é uma meretriz
Mais dispendiosa que a satisfação
E a tristeza serve-me de inspiração
E aqui estou eu a inspirar tristeza
Inspiro tristeza e expiro realeza
Pintando tudo de ouro
Excepto onde há ser humano seja negro seja louro
Só me interessa a minha Crucis de olhos escuros
Livre de futilidade e pensamentos impuros
Numa vestimenta que condiz com o seu olhar
A única pessoa quem quero acompanhar
E quem me a roubar
É quem vou eliminar
E quem me a destruir
É quem vai ver o seu mundo ruir
Mas eu não estou sozinho...
Nunca vou estar sozinho...
E a única coisa que me interessa perece
Fundido no conformismo onde me afogo
O verbo sofrer
É lento de dizer
Intenso de sentir
Isto é arder
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