terça-feira, novembro 30, 2010

Indiferente

Indiferente

Descendo a rua velha, mais uma vez lá eu ia...
Fitou com ar moribundo, a minha face fria...
Como pedindo ajuda caiu, falecendo rudemente...
Um velho que subia a rua, vagarosamente...

Olhe para trás e continuei em frente!
Sou demente, sou demente...

Descendo a rua do desgosto, mais uma vez lá eu ia...
Fitou com pânico a minha face sempre... sempre fria!
Sangrando e chorando, espontâneamente abortara!...
Estava sozinha sem ajuda, mas eu lá me ralara!

Olhei para trás e continuei em frente!
Sou demente, sou demente!

Descendo a rua da mutilação, mais uma vez lá eu ia...
Fitou com pânico a minha face doentiamente fria!
A sua mão de criança numa porta, estava entalada! Haha!
Não tinha como a salvar, e como não me importo com nada...

Olhei para trás e continuei em frente!
Sou demente, sou indiferente...

segunda-feira, novembro 22, 2010

Fracos!

Se queres ser bem sucedido, bem, limita-te a esforçar-te para ser bonitinho sempre dentro da cerca e a viver em função do que aqueles que são mais "poderosos" que tu querem de ti. Isto se fores suficientemente estúpido, óbvio, LOL! LOL!

Assim caga nos teus valores! Caga nas tuas ideias! Caga naquilo que realmente queres fazer! Obedece cabrão de merda! Obedece e cala-te! Contínua com as tuas parvoíces que sabes que são demasiado fracas para serem notadas, mas que te faz subir no ranking de ser humano, os outros riem, o teu ego aumenta, mas o teu ego não vale nada! No entanto parabéns! Agora podes ridicularizar os que tão abaixo de ti no ranking humano!

Se ousares dizer ou fazer algo demasiado forte do que é permitido... recebe o castigo! Mas com relutância, uma relutância sem convicção, e depois lamenta-te... Mas lamenta-te por teres falhado com aquilo que querem de ti e porque estás de castigo... não por terem tido o poder de te castigar... És fraquinho, admite isso... Todos somos fraquinhos! És um fraco de merda! Não vales nada! E eu também não valho nada e sou um fraco de merda! Somos todos umas cambada de fracos de merda! Estúpidos ou não somos fracos. Comuns ou invulgares somos fracos... Mas há quem não seja... E por mais que os odiemos, protestemos, etc. Somos fracos!

terça-feira, novembro 16, 2010

Levado a....

Levado a...

E neste... neste amor desesperado
Deixando-me totalmente... totalmente devastado...
Ela jurou partir, partir numa só vez!
E partiu... partiu com o vento que se fez

E neste... E neste amor eterno!
Tornou-se no meu... no meu maior Inferno!
Ela partiu para longe... E jurou não voltar!
Mas voltou com um sorriso... Só para me atormentar!

E neste... neste amor... neste amor que flameja
Deitei-me em sofrimento, gritando: "Assim seja!"
Ela cantou-me ao ouvido! Enquanto eu dormia...
Mas foi-se embora... quando eu mais a queria!

E neste amor vital... Neste amor vital!
Acabou tudo... Acabou tudo tudo mal!
Ela agarrou-me a mão... prometendo não a largar
Mas desfez-se em pó, levando-me a... levando-me a...

sábado, novembro 13, 2010

Oh Banshee que me atormentas
Porque gritaste só uma vez?

segunda-feira, novembro 08, 2010

Vai...

Vai...

Fecha os olhos
Entrega-te ao fim
Ao deserto jardim
À escuridão que te quer

Isto é a morte a dizer-te
Chegou a hora não temas
Acabou-se o sofrimento e os dilemas
Podes descansar finalmente

Parte para o desconhecido
Para onde muitos foram
Deixando os seus queridos que os choram
Em luto e a caminho de partir também

Chegou a tua hora, vai...
Não sofras mais nunca mais
Não temas essa escuridão em que cais
Pior não há de ser do que viver

Aproveita o mais puro dos silêncios
A mais tranquila das calmas
Mergulha nesse caldeirão de almas
Vou ter contigo um dia

quinta-feira, novembro 04, 2010

Aversão de existir

Aversão de existir

E aumenta de volume o eco da depressão
E dói fortemente cada batimento do coração
Uma lágrima é derramada a cada verso
Tão intensamente como o fim do Universo

E sempre que se inspira para sobreviver
É questionado o porquê de o continuar a fazer
Porque simplesmente não se cessa o respirar
Para abandonar este Universo inútil como amar

E o astro gigante que me ilumina a cada dia
Há-de rebentar o sábio moderno assim dizia
E a confusão do nada durará para a eternidade
De que vale o esforço pela conquista de felicidade

E daqui uns minutos ou daqui uns dias indetermináveis
Enfrentarei tristes cenários de perca inevitáveis
Pessoas de minha estima que lutaram pela felicidade
Talvez a tenham encontrado ou ficado pela metade

Ou talvez parta primeiro, o tecto poderá colapsar
Ou iremos todos de uma vez, uma partida que o Universo tenha por executar
Sei que não acabo vivo, duvido que vá para mais algum lado
Onde estou gosto pouco do que vejo, o que quero aqui faz de mim odiado

A existência é simplesmente inútil
Viver ou não viver é fútil
Que há para lá de não existir?
Ninguém vai descobrir...

Viver tudo até ao fim, e até ao fim de tudo
Um desejo impossível, mas um desejo contudo
Pelo menos tenho comigo, esta pequena parte de Universo
Para contemplar e me inspirar, a escrever mais um verso

E com versos uma quadra:

"Sombra das árvores e fresco de Inverno!
Abstracção desde ignóbil Inferno...
Louco atraído pela beleza?
Derradeira e inquestionável certeza!"

Mas o que é a beleza?

terça-feira, novembro 02, 2010

Voa...

Voa...

Um pássaro fraco à chuva
Voa pássaro, voa!
Encaixa no céu como uma luva!

Parece temer voar!
Parece temer cair!
Parece temer falhar...

Bate cada asa!
Voa pássaro, voa!
Conquista os céus e arrasa!

Parece querer chorar!
Parece querer conseguir!
Parece querer lutar!

Parte com os teus e canta!
Voa pássaro, voa!
Foge da chuva que não é de todo manta!

Parece não conseguir
Parece não se superar
Parece não desistir

Espalha a felicidade de ser livre e selvagem!
Voa pássaro, voa!
Voa furiosamente com a aragem!

Vê as nuvens a abrir lentamente
A chuva cessando a sua graça
Voa agora em torno do raio de luz, voa!

Bates as asas com esperança
Voa pássaro, voa!
Na magnificência dos céus teu corpo lança!

Lançou-se no ar
Caiu e voltou a tentar...
Caiu e voltou a tentar...

Lançou-se no ar
Caiu e voltou a tentar...
Até conseguir voar!

E conseguiu!
Conseguiu o céu alcançar!
Conseguiu o céu cruzar!

Com toda a fúria do voar, voa!
Canta com a tua merecida felicidade
Voar deve ser uma sensação tão boa...

Voa pássaro, voa!
Como eu gostaria de voar como tu...
Voa pássaro, voa...

segunda-feira, novembro 01, 2010

O Atrevimento

O Atrevimento

Como te atreves a pisar
As folhas de carvalho
Nesta manhã bela e vulgar
Que condensa o ar em orvalho

Como te atreves a beber
Da nascente do rio
Nesta manhã a nascer
Onde reina o frio

Como te atreves a trepar
O mais alto penhasco
Neste manhã subliminar
Admitindo que tudo o resto é um asco

Como te atreves a contemplar
O passeio matinal de uma alcateia
Nesta manhã latindo no seu caminhar
Esperando pela noite de Lua Cheia