terça-feira, dezembro 07, 2010

A luz que não quero seguir

A luz que não quero seguir

Fui atirado na desgraça
Matei-me várias vezes
Para tentar fugir
Mas atiraram-me outra vez
Anjos vinham
Anjos iam
Anjos voltavam
Anjos partiam de novo
Tentando fazer-me acreditar
Tentando fazer-me seguir a luz
Mas a luz ofusca-me
A luz queima-me a pele
E sobretudo queima-me a alma
Eu não quero ir para a luz
Eu quero ir para as trevas
O frio toma conta de mim
Onde outrora batia um coração
Agita-se agora uma rocha
A depressão tomou conta de mim
Como uma mãe toma conta de um filho
Eu posso fugir seguindo para a luz
Mas a luz é a ignorância
A ignorância a felicidade
A sabedoria a tristeza
A sabedoria a força
A força a tristeza
A tristeza o meu eterno escudo
As trevas a minha eterna espada
Eu não vou para a luz

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