terça-feira, janeiro 18, 2011

O Início de Tudo/ A Mão

O Início de Tudo

E se no início de tudo, do que é do que era
Não tivesse explodido uma bola densa
Uma só esfera com todos os elementos
Todos os elementos numa só esfera...

E se no início de tudo tivesse havido um coração
Que explodiu violentamente pela razão
De ter demasiados sentimentos aprisionados
E que libertou inimaginável emoção

Sentimentos como amizade e dois átomos de estima
Em reacções emocionais intensas criaram amor
E a malevolência e o desprezo por outro lado
Formaram o ódio que aparentemente muitos anima

Tristeza, desespero e desmotivação
Criaram a depressão que tantos consome
E a depressão pentaentristecida
Formou a melancolia tóxica ao humano coração

Com equilíbrio e ternura numa de suas facetas
Formou-se uma estrela a que chamamos Sol
Que outrora era rodeado de poeiras de indiferença
Que hoje tal como o nosso são planetas

O nosso Planeta odiava com toda as suas forças Theia
Colidiu com ela possuído pela sua raiva
Os destroços de Theia formaram a Lua
E acidentalmente a Terra encontrou a sua Dulcineia

A Terra após encontrar calma
Atraiu uma atmosfera de equilíbrio
A Lua presenteou-a com rios e mares
E se formou um lar para criatura e alma

Desconhecia Terra as consequências de tal glória...



A Mão

Egoísta da nossa parte chamar a Terra de planeta nosso
Mas o egoísmo parece ser a razão da nossa existência
Somos espécie mais execrável imaginável
Mordemos a mão que nos alimenta, até ao osso...

Exigimos a submissão do próximo à nossa vontade
Sonhamos todos secretamente com o domínio
Abusamos desnecessariamente conscientes disso
Mordendo a mão que nos alimenta, sem piedade...

Mas por vezes ainda sabemos amar...
Mas o amor parece ser um elemento pouco abundante
Ou talvez poucos o conseguem respirar
Ou preferem simplesmente morder a mão até ela sangrar...

Por vezes sabemos tomar consciência
E fazer algo por merecer esta mão
Esta Terra... mas nunca é suficiente
E somos racionais diz a ciência...

Mordemos esta mão que nos alimenta...
Até um dia ela não nos querer alimentar mais
E deixar remorso em vez de alimento
Remorso em forma de uma catástrofe dolorosa e lenta...

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Relógio

Relógio

Cai no oblívio a tua verdadeira função
Ouço o teu sadicamente repetitivo TIC TAC
Um prazer para a minha audição...
E só espero que por o sentir ninguém me ataque

Contas o tempo até ao fim dos meus dias
E até ao fim dos meus dias te escutarei
Recordo o meu passado que tão atentamente lias
E lamento imenso se alguma vez te ignorei

Marcaste o primeiro segundo da minha vida
E começaste a contagem decrescente para o meu findar
Devia odiar-te por deixares a minha motivação perdida
Mas sento-me escutando-te até decidires parar

E se contaste o primeiro segundo da minha vida
E se ninguém se lembrar de te colocar na sua lista de saque
Contarás pois também o último sem ser interrompida
A tua sádica sonoridade: "Tic... tac.... tic... tac... tic... TAC!"

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Ao Ataque!

Ao Ataque!

Uma ténue visão do sol ao início da manhã no horizonte
Espada na mão isento de medos e isento de questões
No orgulho e na esperança a força tem a sua fonte
É hora de gritar... AO ATAQUE, CAMARADAS!!!

Há que ser rápido para o Sol não nos iluminar a espada!
Há que ser rápido para o Sol não nos eliminar a todos!
Há que ser rápido para atacarmos sem eles saberem de nada!
Há que ser rápido camaradas! HÁ QUE SER RÁPIDO!

E corremos com esperança em direcção à aldeia inimiga!
As lágrimas da ira e de desejada vingança atingem os que vão atrás!
Há que vingar o que nos roubaram e tão fortemente nos liga!
As nossas terras, os nossos montes, os nossos rios!...

Mas entretanto o Sol subiu e a luz nos desmascarou...

O alerta precedeu uma chuva de setas de pontas de aço
Os meus irmãos compatriotas foram desta para melhor
Sou atingido nas costas ao olhar para o nosso fracasso
Sinto sangue sair-me pela boca e gesticulo que isto não fica assim

No submundo nós lutaremos...
Há de ser feita vingança!
Nisso deposito pois
Toda a minha esperança!