segunda-feira, março 14, 2011

Respirando tristeza...

Respirando tristeza...

Ela falou e o seu magnífico expirar
Levou-me a inspirar a sua tristeza,
Senti a sensação de quase espirrar,
Mas pelos olhos disso tenho certeza.

Congelei por um momento para evitar
Que ela visse a traição da minha emoção,
Era eu, pois, que tinha de a acalmar
Para o contrário era vaga a razão.

Seria se eu não passasse a explicar:
Ela vai partir para uma terra distante...
Onde a primeira onda decidiu rebentar,
Onde a atmosfera é beligerante.

Caí em mim então e estava sozinho,
Reparei que ela afinal não existia
Era uma espécie de barreira no meu caminho,
Na verdade, uma atmosfera que me seguia.

Tão má quanto aquela que me descreveu
Ou que julguei que me tinha descrevido,
Onde respiro o que também é tão teu
Não tivesse a tristeza me acolhido.

Assim respiro a tristeza, tão densa,
Que cria um cancro no meu fraco coração
Cuja dor que causa é mais que imensa,
Mais que física e totalmente sem razão.

Ou não será essa razão tu?
Oh fruto das minhas visões...
Fruto do meu transtorno.

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