Dedicado à arte e aos artistas
Não uma das mil pedras cintilantes!
Quero uma pedra negra e baça,
Rejeitadas e tão pouco abundantes
Aquela que me faz único numa raça;
Mas ninguém me a dá e eu sei porquê
É porque querem que eu sobreviva,
Recuso-me sobreviver à sua mercê
Que morra o corpo se a alma é viva.
Só quero a grafite para borrar uma folha
Com umas quantas lágrimas de poeta,
Quero notas musicais não as que recebe um trolha
E subir a árvore de maneira discreta;
E já no cimo da árvore gritar à humanidade
As minhas trovas que quero eternizar,
A única coisa que me dá pura felicidade
Procuro a pedra baça para ao topo chegar!
De que serve a vida se não a posso controlar?
Recuso-me a ser mais um domesticado cavalo!
Para vós pode ser feia mas eu cá vejo-a brilhar,
Eu quero ser Senhor de mim e não de outrem um vassalo!
Lírica vermelha, social, conflituosa, introspectiva, preocupada, livre, patriótica, agressiva, gritada, dolorosa e apaixonadamente manufacturada.
sexta-feira, maio 20, 2011
sábado, maio 14, 2011
Ferida
Ferida
Vejo o caminho a acinzentar
E de repente nada, vazio,
Só o som do vento e do mar,
Da valsa das árvores e do rio.
Já não existe a imagem
Agora só o som e o cheiro,
Sentir a frescura da aragem
A humidade do nevoeiro.
Mas estou totalmente perdido
Na floresta procurando saída,
Caio ao chão aturdido
Fazendo tamanha ferida.
Lembro a árvore que dança
Onde me queria tanto abrigar,
Onde alguém pintara esperança
Onde do desespero me queria salvar;
Estava mesmo à minha frente
Mas perdi a noção do espaço,
A sua luz enganou-me a mente
Agora vejo tudo, mas baço;
Afinal não era cegueira
Mas sim uma lição,
Nasci para viver à beira
Da tirana depressão.
Não viesse a enorme ferida me salvar...
Vejo o caminho a acinzentar
E de repente nada, vazio,
Só o som do vento e do mar,
Da valsa das árvores e do rio.
Já não existe a imagem
Agora só o som e o cheiro,
Sentir a frescura da aragem
A humidade do nevoeiro.
Mas estou totalmente perdido
Na floresta procurando saída,
Caio ao chão aturdido
Fazendo tamanha ferida.
Lembro a árvore que dança
Onde me queria tanto abrigar,
Onde alguém pintara esperança
Onde do desespero me queria salvar;
Estava mesmo à minha frente
Mas perdi a noção do espaço,
A sua luz enganou-me a mente
Agora vejo tudo, mas baço;
Afinal não era cegueira
Mas sim uma lição,
Nasci para viver à beira
Da tirana depressão.
Não viesse a enorme ferida me salvar...
segunda-feira, maio 09, 2011
O Sono em Chamas
O Sono em Chamas
Descansando momentaneamente
No berço do doce silêncio,
Esperando fervorosamente
Sair daqui, desejo imenso.
Sinto o suor na minha testa
Um calor ardente se acercando,
Não fosse o fogo implantar festa,
Em redor de mim tudo queimando.
Fornecendo luz ao crepúsculo
Que caíra então naquela hora,
Desejava cada um de meu músculo
Desejava os beijar como quem namora.
E quando o medo me abraça
O fogo usa-o como álcool,
Mas sentindo esperança mesmo escassa
Afasta-se como na noite o sol.
Olhei pela janela e vi a beleza do mundo
Tanta beleza mesmo com a humanidade a sujar,
Não posso desperdiçar isto, penso no fundo
Pois mesmo sujo ainda há tanto para contemplar
É o meu medo, que torna cinza a madeira.
Não vou suportar que ele o faça, esta a noite inteira.
Então o medo esse ionizou-se
Levando-me a sobre o fogo saltar,
Nenhuma parte de mim queimou-se
E no berço do silêncio fui descansar.
E fez-se mais uma noite.
Descansando momentaneamente
No berço do doce silêncio,
Esperando fervorosamente
Sair daqui, desejo imenso.
Sinto o suor na minha testa
Um calor ardente se acercando,
Não fosse o fogo implantar festa,
Em redor de mim tudo queimando.
Fornecendo luz ao crepúsculo
Que caíra então naquela hora,
Desejava cada um de meu músculo
Desejava os beijar como quem namora.
E quando o medo me abraça
O fogo usa-o como álcool,
Mas sentindo esperança mesmo escassa
Afasta-se como na noite o sol.
Olhei pela janela e vi a beleza do mundo
Tanta beleza mesmo com a humanidade a sujar,
Não posso desperdiçar isto, penso no fundo
Pois mesmo sujo ainda há tanto para contemplar
É o meu medo, que torna cinza a madeira.
Não vou suportar que ele o faça, esta a noite inteira.
Então o medo esse ionizou-se
Levando-me a sobre o fogo saltar,
Nenhuma parte de mim queimou-se
E no berço do silêncio fui descansar.
E fez-se mais uma noite.
quarta-feira, maio 04, 2011
O Pescador
O Pescador
Um pescador no seu barco tão pobre
Espera o peixe que nada no mar e o goza,
Por não possuir ouro, prata ou sequer cobre
Apenas o desejo de uma refeição pouco ambiciosa .
E quando um peixe idiota o isco decide trincar
Lembrando o Novo Testamento e as obras do falso profeta,
Quis dividi-lo para a sua família esfomeada alimentar
Mas com escasso peixe ela jaz agora na eterna sesta.
Reclamou, portanto, uma onda para o levar
Mas não há Deus para as suas preces ouvir,
Não há Deus para essa onda lhe lançar,
E só a um mar surdo o pescador pode pedir.
Então o pescador deixou de pescar loucuras
Passando a pescar o que realmente precisava,
As mentiras podem ser uma tão rica doçura,
Mas quando mais doce a mentira mais se magoava
Expulsou da sua mente o ser superior não existente
Que fugiu como um peixe nadando com a corrente,
Conseguindo a aura de ser humano sem verme apodrecedor
Tornou-se iluminado afastando-se da luz ilusória,
Declarando a morte desse Deus fruto de escória
Tornou-se finalmente num Homem em esplendor.
Um pescador no seu barco tão pobre
Espera o peixe que nada no mar e o goza,
Por não possuir ouro, prata ou sequer cobre
Apenas o desejo de uma refeição pouco ambiciosa .
E quando um peixe idiota o isco decide trincar
Lembrando o Novo Testamento e as obras do falso profeta,
Quis dividi-lo para a sua família esfomeada alimentar
Mas com escasso peixe ela jaz agora na eterna sesta.
Reclamou, portanto, uma onda para o levar
Mas não há Deus para as suas preces ouvir,
Não há Deus para essa onda lhe lançar,
E só a um mar surdo o pescador pode pedir.
Então o pescador deixou de pescar loucuras
Passando a pescar o que realmente precisava,
As mentiras podem ser uma tão rica doçura,
Mas quando mais doce a mentira mais se magoava
Expulsou da sua mente o ser superior não existente
Que fugiu como um peixe nadando com a corrente,
Conseguindo a aura de ser humano sem verme apodrecedor
Tornou-se iluminado afastando-se da luz ilusória,
Declarando a morte desse Deus fruto de escória
Tornou-se finalmente num Homem em esplendor.
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