sábado, maio 14, 2011

Ferida

Ferida

Vejo o caminho a acinzentar
E de repente nada, vazio,
Só o som do vento e do mar,
Da valsa das árvores e do rio.

Já não existe a imagem
Agora só o som e o cheiro,
Sentir a frescura da aragem
A humidade do nevoeiro.

Mas estou totalmente perdido
Na floresta procurando saída,
Caio ao chão aturdido
Fazendo tamanha ferida.

Lembro a árvore que dança
Onde me queria tanto abrigar,
Onde alguém pintara esperança
Onde do desespero me queria salvar;

Estava mesmo à minha frente
Mas perdi a noção do espaço,
A sua luz enganou-me a mente
Agora vejo tudo, mas baço;

Afinal não era cegueira
Mas sim uma lição,
Nasci para viver à beira
Da tirana depressão.

Não viesse a enorme ferida me salvar...

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