O Pescador
Um pescador no seu barco tão pobre
Espera o peixe que nada no mar e o goza,
Por não possuir ouro, prata ou sequer cobre
Apenas o desejo de uma refeição pouco ambiciosa .
E quando um peixe idiota o isco decide trincar
Lembrando o Novo Testamento e as obras do falso profeta,
Quis dividi-lo para a sua família esfomeada alimentar
Mas com escasso peixe ela jaz agora na eterna sesta.
Reclamou, portanto, uma onda para o levar
Mas não há Deus para as suas preces ouvir,
Não há Deus para essa onda lhe lançar,
E só a um mar surdo o pescador pode pedir.
Então o pescador deixou de pescar loucuras
Passando a pescar o que realmente precisava,
As mentiras podem ser uma tão rica doçura,
Mas quando mais doce a mentira mais se magoava
Expulsou da sua mente o ser superior não existente
Que fugiu como um peixe nadando com a corrente,
Conseguindo a aura de ser humano sem verme apodrecedor
Tornou-se iluminado afastando-se da luz ilusória,
Declarando a morte desse Deus fruto de escória
Tornou-se finalmente num Homem em esplendor.
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