segunda-feira, maio 09, 2011

O Sono em Chamas

O Sono em Chamas

Descansando momentaneamente
No berço do doce silêncio,
Esperando fervorosamente
Sair daqui, desejo imenso.

Sinto o suor na minha testa
Um calor ardente se acercando,
Não fosse o fogo implantar festa,
Em redor de mim tudo queimando.

Fornecendo luz ao crepúsculo
Que caíra então naquela hora,
Desejava cada um de meu músculo
Desejava os beijar como quem namora.

E quando o medo me abraça
O fogo usa-o como álcool,
Mas sentindo esperança mesmo escassa
Afasta-se como na noite o sol.

Olhei pela janela e vi a beleza do mundo
Tanta beleza mesmo com a humanidade a sujar,
Não posso desperdiçar isto, penso no fundo
Pois mesmo sujo ainda há tanto para contemplar

É o meu medo, que torna cinza a madeira.
Não vou suportar que ele o faça, esta a noite inteira.

Então o medo esse ionizou-se
Levando-me a sobre o fogo saltar,
Nenhuma parte de mim queimou-se
E no berço do silêncio fui descansar.

E fez-se mais uma noite.

1 comentário: