O Sono em Chamas
Descansando momentaneamente
No berço do doce silêncio,
Esperando fervorosamente
Sair daqui, desejo imenso.
Sinto o suor na minha testa
Um calor ardente se acercando,
Não fosse o fogo implantar festa,
Em redor de mim tudo queimando.
Fornecendo luz ao crepúsculo
Que caíra então naquela hora,
Desejava cada um de meu músculo
Desejava os beijar como quem namora.
E quando o medo me abraça
O fogo usa-o como álcool,
Mas sentindo esperança mesmo escassa
Afasta-se como na noite o sol.
Olhei pela janela e vi a beleza do mundo
Tanta beleza mesmo com a humanidade a sujar,
Não posso desperdiçar isto, penso no fundo
Pois mesmo sujo ainda há tanto para contemplar
É o meu medo, que torna cinza a madeira.
Não vou suportar que ele o faça, esta a noite inteira.
Então o medo esse ionizou-se
Levando-me a sobre o fogo saltar,
Nenhuma parte de mim queimou-se
E no berço do silêncio fui descansar.
E fez-se mais uma noite.
Muito bom.
ResponderEliminar