terça-feira, agosto 02, 2011

Alucinação

Alucinação

Embrulhado em pânico e sonolência
Com um laçarote de desejo de morte,
Desconfortável com a quase total dormência
Ao que penso ser realidade perdi o Norte;

Despedaço-me num milhão de dimensões
Vejo o mundo real através de um buraco,
Dentro de uma esfera de sonhos sem razões
Procuro sair deste lugar hostil e opaco;

Sinto-me a ondular para o infinito
Repito um milhão de vezes um gesto que só fiz uma vez,
Descontroladamente com o nada me irrito
A garganta implora por água suficiente para um mês;

Cada minuto parece-me um ano febril
Tenho medo de me magoar mesmo sem nada sentir,
Sou sugado para a minha alucinação número mil
Esqueço tudo e deixo-me dormir;

Deixo-me dormir com o desejo de acordar em lucidez
Desejo concretizado relembro a experiência que a sei de cor,
Reflicto sobre a totalidade do real inúmera vez
Esta realidade é uma merda mas cheira melhor.

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