segunda-feira, agosto 22, 2011

Maré de Sorte

Maré de Sorte

Caminhando à beira-mar em desolação
Surpreendido sou por uma onda forte,
Afogando-me já sem ar em nenhum pulmão
Vivo ainda à deriva numa maré de sorte;

Com escárnio olhei para tudo o que fiz
Duvidando do meu valor em tudo,
Mas diante do meu sobrepujante nariz
Vejo que nem todo o mundo ficou mudo;

O Mestre mandou-me então escrever
Numa vazia folha ao lado da sua,
Para conjurar um astro a nascer
Com a classe de um poeta de rua;

Foi o Mestre que me lançou a onda
Que puxou os meus versos para Norte,
Para os examinar com a sua sonda
E chamo-lhe pois uma Maré de Sorte;

Assim damos uma devida continuação
Abrindo o coração e borrando papel,
O que tão boa fama deu a esta nação
Ora sobre uma morgue ora sobre um bordel!

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