quinta-feira, setembro 29, 2011

Efeito Sereia

Efeito Sereia

Nunca perversamente abordado
Porque quem jamais desejara,
Tão pouco gravemente chocado
Mas sorriso de besta jaz na sua cara;

Somente o gosto de rosas despetalar
Demasiado jovens para serem despidas,
Um prazer de nas mãos as esmagar
Sujando-as de escarlate e do fim de vidas;

Talvez à crueldade se entregou
Por um sonho que lhe proibiram,
Mais, uma sereia para quem navegou
E só ao embater num rochedo se viram;

Um monstro criado pela desilusão
A ilusão que descansa lânguida numa pauta,
7 ou 6 cordas agarram o seu coração
Pela nébula dos sonhos, um cosmonauta...

Não... não é nem nunca será um monstro...
Só mais um proletário para sobreviver,
Sodomizado pelos que fizeram o mundo
Caminhando de costas para o verbo morrer.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Um fraco...

Um fraco...

Sinto a morte nas nozes dos meus dedos
Loucura que me assola para a libertar,
Raiva, uma descarga eléctrica sem medos
Ira, uma árvore cujo fruto é o seu esgar;

Uma colher tiro do boião da fúria
E uma pitada cuidada de forte ódio,
Desdém para com a inútil lamúria
Cuspindo em feridas cloreto de sódio;

Morte! Eu te liberto desta tua prisão!
Forço a tua jaula que embate no meu oponente,
Rasga-se a pele e tal águia voas então,
Caçando a tua presa tão elegante e vorazmente!

Sirvo com os punhos um refeição de cicuta
Paciência, uma bonita flor que morreu,
No seu funeral uma tragédia, tão abrupta
Mas o cadáver... o corpo... é o meu...

Olhei para mim, pele, ossos... morto...
Um fraco, os fracos não matam ninguém...

segunda-feira, setembro 12, 2011

Bandeira Vermelha

Bandeira Vermelha

Aí vêm as ondas violentamente
Como que zangadas e a gritar,
Engolindo toda a gente
Que no seu caminho se cruzar;

Cheio de ódio o mar destruindo
Com vigor, firmeza e vaidade,
Vejo a enorme falésia ruindo
E o ócio das pessoas da cidade;

Possuído de raiva vem o mar,
Que a um ataque de leões se assemelha
Sendo os descuidados a presa a caçar,
Ignorando uma ofuscante bandeira vermelha.

terça-feira, setembro 06, 2011

O Regresso do Frio

O Regresso do Frio

As noites deixaram de ser quentes
Para anunciar que o Outono está a chegar,
Vão embora os pássaros a cantarolar
Mas é doce o frio, não o sentes?

Uma percussão nos meus pés, as folhas caídas
"Já chegou!" exclamo com felicidade,
E imagino melodias bonitas cheias de suavidade
Enquanto caminho por entre as árvores despidas;

Curiosamente este ano maior o frio
O gelo da solidão em mim se derrete,
Pois vou tê-la por perto num dia de entre 7
Mais forte o frio mais forte eu sorrio;

Sinto saudades de vestir uma camisola pesada
O desespero de chegar a casa para me aquecer,
Pôr a conversa em dia com quem tanto quero ter
É no frio que estou bem, preferência errada?