segunda-feira, outubro 31, 2011

Uma vida inteira morrendo... (Esperando a plenitude que há de vir)

Uma vida inteira morrendo... (Esperando a plenitude que há de vir)

Calado, calmo, sereno e morrendo...
Não quero ser o dono do universo,
Quero apenas chicotear o tempo
Por desejos inocentes um acto perverso;

Tal estátua clássica, contemplativo
Observo os segundos mórbidos a marchar,
Uma vida inteira com um medo primitivo
Que chegue a morte antes da plenitude encontrar;

Vagueio sozinho nas ruelas do narcisismo
Repouso estático num abrigo de modéstia,
Rangendo dentes nego com cólera o hedonismo
Vejo o sonho iluminar-me de uma réstia...

O tempo faz-me ver de longe tudo o que só o desejar alcança...
Não venham os Reis idiotas destruir-me isto tudo!
Já me rasgam alguns sonhos mas ainda tenho esperança...
E se arderem com a vida que quero, rancoroso, depressivo e mudo!

O suspirar acompanha-me quatro mãos cheias a cada dia...
Por meses gastos a morrer para ter o que eu sempre quis!
A orquestração malévola da sociedade me angustia...
Para o querer intenso de tanto querer ser feliz!



Germinam lágrimas ao imaginar ter o que quero na mão,
Não é chorar, é a não indiferença a que me submete ver perfeição...

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