terça-feira, novembro 29, 2011

Veneno da Realidade

Veneno da Realidade

O caminho de toda a carne tu segues!
A morrer, a enfraquecer e a apodrecer...
Numa vida, em que a felicidade persegues
Sem saber porque raio o estás fazer,

Copiando sensações que te aconselham
És iludido por um efémero prazer,
Objectos que ao teu espírito não se assemelham
Produtos de quem te ti não quer saber...

E vocês aí estão..,
"Na felicidade do gato e do cão"...

Na vossa plena degradante dança
Roçam-se no varão da imundície,
Rebeldes pretensiosos que como uma lança
Penetram a moral e o respeito,
Com egoísmo à superfície
Num falso e frágil leito,
Caminhando sem saber
Para a mais árida planície
Saberão um dia o que é sofrer!
Quando o veneno da realidade vos fizer doer!

quarta-feira, novembro 16, 2011

Não sou Nero...

Não sou Nero...

Sou Nero e o meu maior desejo é ver,
A minha cidade como se fosse uma vela
Reflectindo nos olhos do meu ser,
Uma chama furiosa, inspiradora e bela...

E durante um tempo de vida recorro à ameaça
Exibindo tal loucura que vos amedronta,
Tão cruel e lunática é a minha raça
Tão grande o meu poder que ninguém me confronta,

Mas eu Nero não sou... sou sim um típico mentiroso,
Que destrói esse futuro, que tu tão feliz traças
Um Imperador da era moderna, engravatado e asqueroso,
Bem-vindo ao mundo do controlo de massas!

E vejo-te temer a chama com pavor e desolação
Uma chama que ainda não foi largada, nem nunca o será,
É assim que te distraio da verdade da vida, e também da razão
Eu sou o Deus que não queres, e tão pouco te amará,
Que da tua fraqueza suga prazer, e de seguida em ti defecará!

Sou o maestro desta orquestra de crise bem ensaiada,
Que te apoquenta quando a mim me bem apraz
Enriqueço com a miséria da tua vida desvalorizada,
E consomes o que quero tão educado e voraz!

Não sou Nero... sou mais discreto...

sexta-feira, novembro 11, 2011

O Futuro é meu!

O Futuro é meu!

Decidir, o luxo dos aristocratas
Que comandam esta podre geração
Geração que aponta as decisões chatas
Mas desinteressados e sem motivação

Cai como a chuva a perspectiva
As gotas explodem no chão
Mais um como população "activa"
Os sonhos derramados, a desilusão

E a chuva parou mas as gotas caiem
Dos olhos dos que perderam o jogo
De cabeça em cinzas apenas saem
Do mundo, desvanecendo no fogo

Mas eu pego nas minhas lágrimas
Com um cálice de esperança
Ingerindo-as e conjurando rimas
"O futuro é meu!" o grito se lança