Sismo de Honra
Venho descendo cansado do alto monte
Em anos gastos escravizado me libertei
Que me valeu isso deixa que te conte
Morte ceifou-me, na rebelião me queimei
O conde de ouro é dono da propriedade
Pegou-a com as suas mãos e abanou-a
Sou nada, um caco de desprezável humildade
Com caos a minha existência, encantou-a
Fraco, a terra racha-se nos meus pés
Uma garganta fraca que falou alto
Purgo a dita insolência, perdi as fés
À espera de cair num involuntário salto
O meu corpo impotente voa com o tremer
O monte atira-me violentamente para o sopé
Sinto a velocidade de eu, que sou nada, crescer
Sinto o sabor da terra e do sangue até
Lembro o primeiro osso rachar e mesmo a dor
Depois morro um nada como nada que fui e vivi
Não sintam pena de mim ou sequer algum horror
Porque foi por ser um péssimo nada que eu tragicamente morri
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