domingo, setembro 30, 2012

Gritos que Causam Cefaleia

Abre o peito à dor!
Rasgar a garganta!
Segue o intenso odor!
Da raiva que canta!
Consome-te pelo sofrimento!
Perde a esperança!
Morre com a luz em perecimento!
Chora sobre o sonho que não se alcança!
Desiste de uma vez!
Percorre o ciclo e cai!
Na desgraça que alguém fez!
A maldição, o cancro não sai!

Rebenta na ira do tédio, a felicidade tão longe...
Atira-te do topo de um prédio, cala a cefaleia com a apatia de um monge...
Ora que te salvem, ninguém vem por ti...
Teme que não sintas doçura até chegar o teu fim.

quinta-feira, setembro 27, 2012

Daniela

A história da minha vida
Não podia ser escrita sem ti,
É lavada em lágrima sofrida
A coisa mais bela que já vi,
A coisa mais bela que já fiz
Pintada nos tons do teu carinho,
Que me faz tão mas tão feliz
Tão longe mas nunca sozinho,
Até ao dia em que não abrirei mais os braços
Pois já vais estar a habitar o meu peito,
Fortalecendo crescente os nossos laços
Um romance sem qualquer mácula ou defeito,
É no teu perfume que encontro aconchego
É ao teu lado que sinto que pertenço,
É nos teus lábios que saboreio paz e sossego
É contigo que no meu futuro envelheço,
Nos teus olhos encontro o arquétipo da beleza
Em todo o teu ser eu vejo ondas de encanto,
Que são emanadas pela tua incomparável natureza
E escrevo só um protótipo do que sinto tanto;

16 voltas ao Sol desde que nasceu a perfeição
Que apertarei com tanta paixão contra mim,
Que desenhou na minha vida felicidade e emoção
Completando-me com este amor sem fim...

E muitos mais anos de felicidade virão
Contigo meu doce que me enches o coração

domingo, setembro 09, 2012

Messias Inaudível

Porque não é pregada a morte
Porque não abafa o medo
Porque não é calculada a sorte
Porque o povo dorme cedo

Prega o Messias inaudível
Prega a ordem e a pureza
Prega a utopia incrível
A genialidade da beleza

A harmonia de existir
Que a escumalha teima em não querer
Apenas cedo ir dormir
Pensando acordados no mais sujo do prazer

Na momentaneidade do que é carnal
Vivem no mundo dos sonhos profanos
Alheios à vontade tão essencial
De uma evolução que leva anos

Numa euforia que parece eterna
Na satisfação de um ópio imundo
No Messias inaudível a frustração governa
Lacrimeja a vontade de mudar o mundo

Obsoleto o que tem beleza
Esquecido o que desperta a emoção
E surge então a incerteza
Mereceis tamanha indignação?
Indiferentes à putrescência do vosso coração?

E o que falta é apenas a vontade e não a lei
E na minha humildade e bondade isto sempre direi

segunda-feira, setembro 03, 2012

Zero Absoluto

Sentado na poltrona do passado
Confortável na doçura do recordar
Memórias de um mundo afastado
Que tanta injustiça faz esperar

Sinto que caminho o bosque de gelo
Até ao seu âmago, o zero absoluto
Avanço inevitavelmente sem temê-lo
Mas triste com atitude de luto

Sem luz, sem energia, profundamente
Gélido, pálido, insensível
O quarto mórbido do que é tão demente
Um romance, uma paixão incompreensível

E no tremer insuportável de estar aqui
Sem definhar só sinto saudade e paixão
Tão forte esse encanto que vem de ti
Que no zero absoluto ainda me aquece o coração

E um dia ainda vou estar quente e bem vivo
Depois de atravessar este oceano de tristeza
Este bosque de um sofrimento tão agressivo
E encontrar os teus braços para deleitar-me na existência
Sentir o teu calor a eliminar cada pedaço de gelo em mim
Cumprir todas as promessas e desejos que não são possíveis sem ti

Até já, meu doce