terça-feira, julho 16, 2013

Morte da Decência

Um moderno ritual animal, uma dança
Fotografa natural lubrificante,
Suplicar digital de um lança
Digita gemido oco insignificante,
Emporcalha caixa de carne humana
Que guarda memórias de suor e calor,
Mas lembrará quando não insana
Cada mente sem qualquer pudor?
Olvida o obsoleto...´
E então...
Perdendo a razão,
Insiste na procura do amor incerto...

Divulgação do pessoal
Uma lágrima pelo direito,
Traído pela sordidez colossal
Faz-se República sem respeito,
Acéfala incompreensão dos dedos
Que apontam enojados sem dó,
Esquece que esqueceu medos
Quando com esses dedos tocou-se só,
Num beco de um solipsismo de ilusão
É um produto grotesco maquinal,
Puta numa meretriz multidão
Um deprimente declínio cultural,
Canções de estandarde podre regurgitam
Frequências manipuladoras incitam,
E escacham as pernas em incontinência
Induzo certamente a morte certa da decência.

sábado, julho 13, 2013

Duas Semanas de Cessar Fogo

Rumo ao Norte
Quase alucino,
Doce destino
Gozo a sorte;

Deixo tudo
Faço-me curdo,
Sou cego, surdo
E mudo;

Cancelo o físico
Que não se digne a servir,
De modo a poder sentir
Tu, cuja ausência me põe tísico,

Tusso de dor
Desidrato lacrimejando,
Especturação sufocando
Adoece sentir amor.

Tão distante
Numa serra,
Que se encerra
Nunca obstante,

A civilização
A onda,
Interfere na minha sonda
Para ver o teu coração,

E quando cavo para passar
Abro-te o peito,
Sem preceito
Para o teu coração apreciar,

Sem dor, sem sangue, sem corte
Sou cirurgião espiritual num abraço,
Revelo também sem embaraço
Paixão que resiste até a morte,

Sem dor, sem sangue, sem anestesia
Sou cirurgião espiritual num beijo,
Que com sofreguidão desejo
E suplico todo dia;

Esqueci oceanos de pensamento em vão
O meu ser conheceu um cessar fogo,
Arsenal arrumado como sempre rogo
De dor que me avassala a uma condenação,

Tive a tua distracção
Que na incerteza da minha existência,
Na possível dimensão de desconhecida demência
Tu serias a melhor alucinação;

Larguei o que é material
A origem do meu mal,
Fiz do mundo apenas tu e eu
Um planeta profundo, meu,

Pelo tempo rasgado
Que na sua liberdade,
Sem piedade
Tortura-me malvado,

Não queria largar a pureza
Mas a obrigação pôs-me na estrada,
A minha arbitrariedade é questionada
Lavado em lágrimas, coberto de incerteza,

Sou como besta em transporte de gado
Não tenho mãos para ficar,
As mãos que só te querem tocar
Vêm invisíveis grilhetas serem o seu fado,

E é frustrante
Como rodeado de fartura,
A minha alma só se atura
No verosímil instante...
Em que estás perto...

Regresso,
Morro,
Jorro,
De rojo,
Em excesso,
Choro abatido,
Alvejado dorido,
De volta ao sufoco...
A saudade...
O esperar...
O fim...