quarta-feira, agosto 14, 2013

Hino de um Acordar

Um oceano revolto de desespero
A lamentação vulgar deambulante,
Trono sem reino onde impero
Combustível exasperante;

Canalização oxidada onde nada corre
Obliteração do meu destino,
Tudo dança sem vontade até que morre
E por mais que toquem o sino,
Perco-me numa estrada sem saídas,
Levo o encargo dentro de mim
Enquanto me rasgo e saro feridas
Um beijo na alma lá no fim,
A verdade então desaba,
Que até o fim acaba.


Colho segundos de prazer
Em milénios de sofrimento,
A garganta nada tem a dizer
Rasga-se de dor neste desalento,
Tanto um homem tem que esperar
Atravessar os obstáculos mais inúteis,
Plebeu num mundo de já escasso pulsar
Ajoelhar perante os que se ajoelham mais fúteis,
Sobreviver comum,
Ser só mais um.
Ser...?

O espírito esmorece
Neste urbano desencanto,
A ilusão que padece
Na qual eu louco canto
Renego capital e materialismo,
Sou profano adorador do metafísico
Odeio entidades falsas e aproveito-me do simbolismo,
Sou apaixonado e o meu coração está tísico...
Estou rodeado de um mundo colorido...
Que cai em mim sem cor alguma!
Onde todos em fila acreditam no seu santo preferido,
E EU ACREDITO EM COISA NENHUMA!

quinta-feira, agosto 01, 2013

Enquanto o amor arder...

Enquanto o amor arder
Meu sangue ardente,
Com vida vividamente
Voraz haverá de correr,

Enquanto o amor arder
Lealdade será única lei,
Sobre a ordem cuspirei
Se é necessário para te ter,

Enquanto o amor arder
Desejo-te espiritualmente,
Almejo-te carnalmente
Aguentarei todo o sofrer,

Enquanto o amor arder
Tuas carícias armadura,
Beijos, espada rasgando amargura
E só por ti hei de combater,

Enquanto o amor arder
Só nos teus olhos vejo mulher,
E derrubarei tudo o que vier
Se esta paixão me forcem conter,

E se o amor não mais arder
Recusares a minha mão,
E expulsares-me do teu coração
Eu não poderei mais eu ser.