quarta-feira, novembro 27, 2013

Verdadeira Mentira, O Grande Delírio

Inalienavelmente verdade, a grande verdade
Estrutura óssea é esqueleto, maquinal de aço,
O diabo cuspiu mentiras lindas, e choveu na cidade
Mas a bondade reina, no mais hediondo terraço,
O capitalismo, o caminho, unha e carne com o progresso
Existem factos, totalmente, inquestionáveis,
A dúvida é a gruta mais fria a que tenho acesso
Tecelagem, novo sorriso, elites de plástico amáveis.

A guerra é providencial para o bem-estar
PIB, PIB per capita, poder de compra, IDH,
Com a indústria de armamento, que se foda amar
Dinheiro, novidade, maior controlo de massas não há!
É a tecnologia o progresso, a ciência o caminho!
Revelada em flatulências, como pura distracção
BIP BIP! BIP BIP! Vroom! Dzzzt! Zás! De volta ao ninho!
Finda o período laboral, e não há tempo para a sensação.

Geração digital, actualizar, pedido de ajuda dissimulado,
O orgulho, cala o grito, fecho-me nesta jaula de ser quem sou
Revolução, bandeira vermelha, leve, leve, estou cansado,
Irónico, sarcástico, até zangado, com o louco que ousou
Sou peão, o meu vizinho é peão, odeio quem não o é!
Porque este óleo, na minha estrutura, é um raio de uma droga
Mas sou homem de virtudes, acredito que tenho fé!
Num insatisfatório capital que sadicamente me afoga.
Jamais de pé me irás ver!
A lei não deixa,
Num livro difícil de compreender
Em tons dourados e de ameixa.

Submisso, cresço estúpido, instruo-me idiota, trabalho palerma, morro otário!
Apodreço infeliz na vastidão de um obituário.
Estes elementos que nos unem estão mesmo aqui?
Acredita que sim, porque assim o li...
Textos extensos, fizeram-se teses com fontes...
Fontes que tinham fontes aos montes...
Fontes essas já sem fundamento...
Mas está feito o trabalho...
Bem, bem, bem...
Escasseamos em alimento...
Não temos tomates, vendemos a dignidade a retalho
Mandam-te subir o cordão umbilical, de volta para o ventre da mãe.

A verdadeira mentira, é de que há verdade!
Vejamos, corrupção na caridade,
E crença nos partidos do ódio
Eleva-se a mais ilustre estupidez ao pódio,
Democracia = Arte Circense
Bicarbonato de sódio!
Fermenta a morte da minha esperança...
E por mais que pense
Só me sinto criança,
Uma infantil bondade
Envenenada num doloroso vislumbre da obra da humanidade!

É tudo uma mentira...
Crença, descrença...
Só se vê a diferença
Mergulhado na ilusão imensa
E já está na minha mira
E já instalei o telescópio
A fragmentação em dois
Devido ao lixo orgânico "vivo", pois
Delirantes no mais imaginativo ópio
Vomitariam perante as declarações triunfais
Que destrunfariam todas as mãos e levariam à indignação
São trufas quando pensavam ser cogumelos
São blasfemos profanos heréticos, quando pensavam ser singelos
Porque esfregaram-se frenéticamente sob a maior benção
Porque viram avanço social na égide do interesse
Porque esperavam ao deglutir a hóstia que nada vos doesse
Porque julgam existir.

E há aquele rumo inflamatório de pensamento
Que é negro e ninguém quer uma lanterna
Antes ignorante e desatento
Antes a ofuscação eterna
Bombardeamento da possibilidade
Foge, acredita que existes, és alguém
Sacode o fumo que emana da tua identidade
Silencia a hipótese de que não és ninguém
O mundo é tal e qual como diz a tua percepção,
Ainda que nada assegure que não passas de uma imaginação.

Eu digo que é tudo mentira, mais um dia,
É endeusamento do fútil com laivos de misantropia.

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