A correia parte-se e o aparelho pára
Instala-se o pânico numa encenação,
Os responsáveis de sempre, sairá cara
A injusta cobiça dos que não têm coração;
Somos muitos presos no jugo do capital
Calados por uma dor de querer respirar,
Em liberdade, igualdade, à escala global
Colectivamente no fervoroso levantar,
De uma realidade que em si consiga,
Fazer a máquina socorrer a vontade
Deixando de ter a faceta de inimiga,
Representando a exploração sem dignidade
Do homem pelo homem, determinando
Condição de existência pelo nascimento,
São o chassis a que boquiaberto admirando
O outro atribui a grandeza do talento;
O outro que nasceu também para se revelar
Capô por vontade divina que assim respeita,
Um engenhoso e ridículo manipular
Passado de geração em geração por mística seita;
O que não vêem é o núcleo do mecanismo
A classe que é a verdadeira engrenagem,
A maioria oprimida atirada para o consumismo
Submissa aos termos do capitalismo selvagem;
Silenciada, esmagada, pela carroçaria
Que se abrilhanta com os melhores dos luxos,
Enquanto o motor sobreaquece na noite mais fria
Debatendo-se com o exterior como quem vaza cartuchos
Como quem desobedece à classe dominante
Como quem grita de punho cerrado, com vontade determinante
Que está na altura de chegar o derradeiro dia
E numa gripagem de classes exterminar-se a burguesia!
A Revolução iminente!
Lírica vermelha, social, conflituosa, introspectiva, preocupada, livre, patriótica, agressiva, gritada, dolorosa e apaixonadamente manufacturada.
sábado, junho 07, 2014
quarta-feira, junho 04, 2014
Uma Epopeia Vermelha
Invocados para este injusto mundo
Por mentes como Marx e Lenine,
Não esperar nem mais um segundo
Para que este sistema se afine,
É uma orquestra dissonante
Dirigida de forma corrupta,
Inconformidade constante
Para com esta mentira absoluta,
Republicanas monarquias
Campanhas são contos de fadas,
Oposição central promete magias
Em poder são dilaceradas,
O nosso destino na nossa mão
Inspirados por Trotsky e Che,
E lutemos sem hesitação
Pela democracia que já não a é,
Recuperemos a soberania de Portugal
É preciso que a direita caia,
Com a determinação de Cunhal
Com a força de Otelo e Maia,
E sobretudo com a audácia de um povo
Amansado pela mentira,
Que está condenado a insurgir de novo
Seja com paz, seja com ira!
Pois cada voz é mais um grão
Neste areal de Revolução!
Por mentes como Marx e Lenine,
Não esperar nem mais um segundo
Para que este sistema se afine,
É uma orquestra dissonante
Dirigida de forma corrupta,
Inconformidade constante
Para com esta mentira absoluta,
Republicanas monarquias
Campanhas são contos de fadas,
Oposição central promete magias
Em poder são dilaceradas,
O nosso destino na nossa mão
Inspirados por Trotsky e Che,
E lutemos sem hesitação
Pela democracia que já não a é,
Recuperemos a soberania de Portugal
É preciso que a direita caia,
Com a determinação de Cunhal
Com a força de Otelo e Maia,
E sobretudo com a audácia de um povo
Amansado pela mentira,
Que está condenado a insurgir de novo
Seja com paz, seja com ira!
Pois cada voz é mais um grão
Neste areal de Revolução!
sábado, maio 24, 2014
A Morte do Cravo
Mas será que ninguém dá água a esta planta?
Há 40 anos que neste país não chove!
Rasteja a democracia e o desgraçado canta...
A seca revela-se intensa e dolorosa,
Descrença, obscurantismo e muito medo!
O povo resignado vai sobrevivendo,
A esferográfica navega deveras preguiçosa
A fila é curta e isso desaponta,
O vermelho já é fraco e mais desvanece
O Cravo nesta terra já nem desponta!
O Bernstein mascarado lá enriquece...
A luta tem mãos de decepados punhos, que já só manejam a máquina.
A sobrevivência dá-se à custa das lâminas que a cada dia vão abrindo mais a ferida nas mãos - até ficarmos sem dedos e sem sustento.
Nesta metáfora, os punhos têm ligação directa às cordas vocais e ao arreganhar do dente.
Ligação directa, como num autómato insensível de uma criação superior que gera riqueza, e que jamais será nossa.
E hoje, até a máquina já foi embora, para onde as engrenagens são mais silenciosas...
Poluindo sem fronteiras, o Cravo não tem como respirar...
Porque a fome há! E a mentira sacia...
Como uma miragem em que o eleitor confia,
A trapaça enganou e a decadência se afia
Que assim nos amputa a vontade e a força!
Na qualidade de puta, transforma carne em louça!
Numa cirurgia felácia que nos chupa com avareza
Cadaveriza e suga a defunta polpa até ficar tesa,
O caule da planta já se tornou acessório,
E celebra-se cada pétala num elevar inglório
Porque o povo que tudo ganhou, tudo perdeu,
Perdido na turbina privada onde tudo se fodeu.
Há 40 anos que neste país não chove!
Rasteja a democracia e o desgraçado canta...
A seca revela-se intensa e dolorosa,
Descrença, obscurantismo e muito medo!
O povo resignado vai sobrevivendo,
A esferográfica navega deveras preguiçosa
A fila é curta e isso desaponta,
O vermelho já é fraco e mais desvanece
O Cravo nesta terra já nem desponta!
O Bernstein mascarado lá enriquece...
A luta tem mãos de decepados punhos, que já só manejam a máquina.
A sobrevivência dá-se à custa das lâminas que a cada dia vão abrindo mais a ferida nas mãos - até ficarmos sem dedos e sem sustento.
Nesta metáfora, os punhos têm ligação directa às cordas vocais e ao arreganhar do dente.
Ligação directa, como num autómato insensível de uma criação superior que gera riqueza, e que jamais será nossa.
E hoje, até a máquina já foi embora, para onde as engrenagens são mais silenciosas...
Poluindo sem fronteiras, o Cravo não tem como respirar...
Porque a fome há! E a mentira sacia...
Como uma miragem em que o eleitor confia,
A trapaça enganou e a decadência se afia
Que assim nos amputa a vontade e a força!
Na qualidade de puta, transforma carne em louça!
Numa cirurgia felácia que nos chupa com avareza
Cadaveriza e suga a defunta polpa até ficar tesa,
O caule da planta já se tornou acessório,
E celebra-se cada pétala num elevar inglório
Porque o povo que tudo ganhou, tudo perdeu,
Perdido na turbina privada onde tudo se fodeu.
sexta-feira, maio 02, 2014
Luta de Classes
Um Sol digno para todos!
Para um povo fraterno,
Que rejubilará iluminado
Enquanto os peixes gordos,
Podres num pelourinho eterno,
A plebe exibe prostrados!
Os patrícios derrotados!
O povo unido é mais forte!
Cada indivíduo é em si valor,
Tomando a luta em suas mãos,
Dando memória à sua morte
Erguendo-se destemido lutador
Por uma causa todos irmãos!
Dando voz a todos os nãos!
Sem deuses, sem déspotas!
Sem santos, sem tiranos!
Luta de classes pela justiça
Não mais tachos, não mais putas!
Unida vontade dos seres humanos!
Fim de burguesias e da cobiça!
Bandeira vermelha que se iça!
Reacção atrás de tanques
Esmagada como pragas!
Pela mais forte classe social
Em igualdade nos palanques,
Assistindo à luta das adagas
Chamada jogo do capital
Que morre por dentro em corrosão
Restaura-se a soberania da nação!
Pela via da Revolução!
Ditadura do proletariado!
Poder na vontade popular!
Não mais subjugação ao mercado!
Um grito que ninguém pode calar!
Para um povo fraterno,
Que rejubilará iluminado
Enquanto os peixes gordos,
Podres num pelourinho eterno,
A plebe exibe prostrados!
Os patrícios derrotados!
O povo unido é mais forte!
Cada indivíduo é em si valor,
Tomando a luta em suas mãos,
Dando memória à sua morte
Erguendo-se destemido lutador
Por uma causa todos irmãos!
Dando voz a todos os nãos!
Sem deuses, sem déspotas!
Sem santos, sem tiranos!
Luta de classes pela justiça
Não mais tachos, não mais putas!
Unida vontade dos seres humanos!
Fim de burguesias e da cobiça!
Bandeira vermelha que se iça!
Reacção atrás de tanques
Esmagada como pragas!
Pela mais forte classe social
Em igualdade nos palanques,
Assistindo à luta das adagas
Chamada jogo do capital
Que morre por dentro em corrosão
Restaura-se a soberania da nação!
Pela via da Revolução!
Ditadura do proletariado!
Poder na vontade popular!
Não mais subjugação ao mercado!
Um grito que ninguém pode calar!
sexta-feira, abril 25, 2014
25 de Abril, sempre!
Camaradas, meus irmãos!
A luta pela nação,
Tomemos em nossas mãos
Sintamos o poder da revolução!
Façamos abanar o chão!
Os alicerces do capitalismo
São as masmorras do povo,
Caminhemos rumo ao socialismo
Que as grilhetas se dissolvam de novo,
E jamais seremos Moscovo!
O povo é quem mais ordena!
E unido jamais será vencido!
Palavras de ordem contra a burguesia obscena
25 de Abril jamais será esquecido
Há de renascer o que julgam estar destruído!
E os detentores do grande capital
Hão de pagar pelos seus actos,
Por tentarem apodrecer o nosso Portugal
Hipócritas celebram entre bens inatos
O dia do povo e não dos baronatos!
Porque Abril é o nosso mês!
O 25 de Novembro e a reacção,
Festeja pela calada o porco burguês
Enquanto se reacende a chama da revolução
Pela soberania da nossa nação!
Sinta-se a Intifada à portuguesa
Contra a liberdade de cacetete,
Perpetrada pela direita realeza,
Atira migalhas aos que lhe estendem a carpete
A Esquerda está aí, contra a miséria que se reflecte!
Contra uma impiedosa elite,
Sustentada na mentira velha e senil
Marcharemos fortes e que se grite!
Pois nós somos bem mais que mil!
A viver e a lutar, sempre por Abril!
Abril! Abril! Abril! Avante Camaradas! Avante!
Que brotem de novo os Cravos!
Pois não seremos mais escravos!
25 de Abril, sempre!
A luta pela nação,
Tomemos em nossas mãos
Sintamos o poder da revolução!
Façamos abanar o chão!
Os alicerces do capitalismo
São as masmorras do povo,
Caminhemos rumo ao socialismo
Que as grilhetas se dissolvam de novo,
E jamais seremos Moscovo!
O povo é quem mais ordena!
E unido jamais será vencido!
Palavras de ordem contra a burguesia obscena
25 de Abril jamais será esquecido
Há de renascer o que julgam estar destruído!
E os detentores do grande capital
Hão de pagar pelos seus actos,
Por tentarem apodrecer o nosso Portugal
Hipócritas celebram entre bens inatos
O dia do povo e não dos baronatos!
Porque Abril é o nosso mês!
O 25 de Novembro e a reacção,
Festeja pela calada o porco burguês
Enquanto se reacende a chama da revolução
Pela soberania da nossa nação!
Sinta-se a Intifada à portuguesa
Contra a liberdade de cacetete,
Perpetrada pela direita realeza,
Atira migalhas aos que lhe estendem a carpete
A Esquerda está aí, contra a miséria que se reflecte!
Contra uma impiedosa elite,
Sustentada na mentira velha e senil
Marcharemos fortes e que se grite!
Pois nós somos bem mais que mil!
A viver e a lutar, sempre por Abril!
Abril! Abril! Abril! Avante Camaradas! Avante!
Que brotem de novo os Cravos!
Pois não seremos mais escravos!
25 de Abril, sempre!
sexta-feira, março 21, 2014
Concluir é errar
Morte aos filósofos que chegam a conclusões!
Todos os magníficos filósofos
Que falam de verdades certas,
São leitores de inéditos hieróglifos
São perversas bruxas libertas
Deviam ser enforcados!
E se já defuntos são
Que seja o esqueleto pendurado
Como num pelouro em tamanha humilhação,
Se cremados,
Que se regurgite sobre as cinzas
Sobre os falsos achados,
Se o paradeiro dos resíduos é desconhecido
Pois que se repudie o espírito,
Desconhecido é o que julgam ter resolvido
Em lógica e experiência mundana sobre a qual tirito...
A sua obra não é categorizada como feitiçaria
Mas se alucinamos, a verdade é inalcançável
E esses filósofos que chegam ao inquestionável
São pois meros comuns que só escrevem porcaria!
Concluir é errar
Concluir é defecar!
E adormecendo todos os sentidos e todas as "razões",
Morte aos filósofos que chegam a conclusões!
Todos os magníficos filósofos
Que falam de verdades certas,
São leitores de inéditos hieróglifos
São perversas bruxas libertas
Deviam ser enforcados!
E se já defuntos são
Que seja o esqueleto pendurado
Como num pelouro em tamanha humilhação,
Se cremados,
Que se regurgite sobre as cinzas
Sobre os falsos achados,
Se o paradeiro dos resíduos é desconhecido
Pois que se repudie o espírito,
Desconhecido é o que julgam ter resolvido
Em lógica e experiência mundana sobre a qual tirito...
A sua obra não é categorizada como feitiçaria
Mas se alucinamos, a verdade é inalcançável
E esses filósofos que chegam ao inquestionável
São pois meros comuns que só escrevem porcaria!
Concluir é errar
Concluir é defecar!
E adormecendo todos os sentidos e todas as "razões",
Morte aos filósofos que chegam a conclusões!
segunda-feira, março 03, 2014
O que Há em mim é Apenas Cansaço
O que há em mim é apenas cansaço
Fartura, abundância do que não quero,
Nem sequer deixo de oxidar após me fingir de aço:
Cansaço assim mesmo, sentimento mais sincero,
E desolação.
O meu subtil sangue esse, é uma inútil árvore,
Derrubada por uma violenta empresa malaia,
O meu peito, um jazigo intenso de mármore,
Esse mármore frio, todo
Esse, cujo peso faz-me afundar eternamente nesta catraia;
Tanto cansativo remar para nada,
Em direcção a lado nenhum,
Nenhum.
Há sem dúvida a certeza de que veio para ficar,
Há sem dúvida a certeza,
De que sem dúvida tudo é uma incerteza -
E nesta incerteza, há a certeza de que sinto tristeza,
E que veio para ficar, e eu não quero nada disso:
Porque eu não quero que permaneça esta agonia atroz,
Porque eu não quero a certeza de que vou ficar preso neste gélido resquício
Porque eu não quero que apenas a triste incerteza ocupe o lugar da minha voz
Ou até que exista apenas nós... Eu e mais eu...
E o resultado?
Para mim, só uma doença que corrói tipo gangrena
A bíblica indiferença...
Ença... Ença... Ensa...
Inerte irrequietação e a cabeça que só pensa,
Cansaço.
E a leviatã indiferença.
Dominique Martinho, Supra-Álvaro de Campos
Fartura, abundância do que não quero,
Nem sequer deixo de oxidar após me fingir de aço:
Cansaço assim mesmo, sentimento mais sincero,
E desolação.
O meu subtil sangue esse, é uma inútil árvore,
Derrubada por uma violenta empresa malaia,
O meu peito, um jazigo intenso de mármore,
Esse mármore frio, todo
Esse, cujo peso faz-me afundar eternamente nesta catraia;
Tanto cansativo remar para nada,
Em direcção a lado nenhum,
Nenhum.
Há sem dúvida a certeza de que veio para ficar,
Há sem dúvida a certeza,
De que sem dúvida tudo é uma incerteza -
E nesta incerteza, há a certeza de que sinto tristeza,
E que veio para ficar, e eu não quero nada disso:
Porque eu não quero que permaneça esta agonia atroz,
Porque eu não quero a certeza de que vou ficar preso neste gélido resquício
Porque eu não quero que apenas a triste incerteza ocupe o lugar da minha voz
Ou até que exista apenas nós... Eu e mais eu...
E o resultado?
Para mim, só uma doença que corrói tipo gangrena
A bíblica indiferença...
Ença... Ença... Ensa...
Inerte irrequietação e a cabeça que só pensa,
Cansaço.
E a leviatã indiferença.
Dominique Martinho, Supra-Álvaro de Campos
terça-feira, fevereiro 25, 2014
A Liberdade Triunfante
Escravos da dívida sem voz
Pesado cajado populista,
Orgulhosa transparência atroz,
Discreção doce, máscara socialista!
Judiarias e outras agiotas
Que calado o povo consome,
Respeita-se o zionismo de idiotas
Que lamenta narigudo o pogrom,
Viva a democracia pluripartidária!
Num rotativismo sem igual
Há campanha mas é acessória,
União Social-Democrata: "Vamos Foder Portugal!"
Poder na rua é um nojo,
Se isso é democracia, viva o regime ditadorial!
A caneta anda de rojo,
Já sem vontade eleitoral!
Abster na ignorância,
E ser peixe pequeno nas malhas do capital,
Ora despedido, ora contratado...
Um sonho cobiçado a nível mundial!
E numa colonização moderna,
Onde uma anónima massa enriquece,
Sob o nome de ajuda externa,
A alma de poucos enlouquece
Na vagarosa dispersão do nevoeiro,
Que com a mão esquerda afastamos
Entre bordô e dourado traiçoeiro,
Fervorosos da luta de classes estamos
Mas entre tanto "clube" e organização
A esperança nos extremos-esquerdinos,
Vê-se distante e sem dimensão,
A pátria morre e já os fúnebres sinos,
Declaram morto o estado-providência
Tocando uma derrotista marcha incessante
Para que os carros topo de gama,
Distribuídos por quem engenhosamente gama,
(Como outrora carroça barroca galopante)
Encenem o poder de alguma eminência,
E assim nos orgulhemos da Liberdade Triunfante!
Pesado cajado populista,
Orgulhosa transparência atroz,
Discreção doce, máscara socialista!
Judiarias e outras agiotas
Que calado o povo consome,
Respeita-se o zionismo de idiotas
Que lamenta narigudo o pogrom,
Viva a democracia pluripartidária!
Num rotativismo sem igual
Há campanha mas é acessória,
União Social-Democrata: "Vamos Foder Portugal!"
Poder na rua é um nojo,
Se isso é democracia, viva o regime ditadorial!
A caneta anda de rojo,
Já sem vontade eleitoral!
Abster na ignorância,
E ser peixe pequeno nas malhas do capital,
Ora despedido, ora contratado...
Um sonho cobiçado a nível mundial!
E numa colonização moderna,
Onde uma anónima massa enriquece,
Sob o nome de ajuda externa,
A alma de poucos enlouquece
Na vagarosa dispersão do nevoeiro,
Que com a mão esquerda afastamos
Entre bordô e dourado traiçoeiro,
Fervorosos da luta de classes estamos
Mas entre tanto "clube" e organização
A esperança nos extremos-esquerdinos,
Vê-se distante e sem dimensão,
A pátria morre e já os fúnebres sinos,
Declaram morto o estado-providência
Tocando uma derrotista marcha incessante
Para que os carros topo de gama,
Distribuídos por quem engenhosamente gama,
(Como outrora carroça barroca galopante)
Encenem o poder de alguma eminência,
E assim nos orgulhemos da Liberdade Triunfante!
segunda-feira, fevereiro 03, 2014
O Personagem
É tudo monótono
Monocórdico,
Monocromático,
O meu monólogo
Um discurso cinzento,
Sinto-me traído
Pelo descanso,
Que engana os sentidos,
E é tudo uma ilusão
Tanto tempo para acordar
Já acordei.
Não.
Não há maneira de isto ficar bem
É uma coisa hedionda,
Cheira mal, repugna,
Dá asco!
A besta mais suja vomita
A humanidade é o réu e o carrasco.
Acredita em tanta coisa, e em nada acredita.
Ninguém vale nada!
Eu não valho nada!
Recebi isto como uma chapada!
Interpreto a vida como um castigo!
E eu já não sei se consigo...
Enganar-me mais.
Sou um cínico de um mentiroso!
Sou um mentiroso de um aldrabão!
Um aldrabão de um falso!
Caminho fétido, trôpego e descalço
Nesta calçada patriota,
Cheia de agulhas e vidros de garrafas de vinho do porto!
Vinho alentejano
E aguardente da Lourinhã.
É a social-democracia...
A social-democracia é uma merda!
O capitalismo é uma merda!
A direita é uma merda!
O centro é uma merda!
A esquerda é uma merda!
A extrema-esquerda satisfaz...
Lá com uns vestigiozinhos de fezes.
Mas o liberalismo é uma merda! Neo, clássico, libertino, tenho raiva, odeio, e BAM! Morra!
O barulho urbano é uma merda!
É tudo uma merda
E até o que não é uma merda cheira mal!
É uma massa intensa e pesada
Constituída por matéria fecal,
É uma visão, um cenário para o qual acordo sem vontade
É o quotidiano, é a merda de mentira
Que vivemos todos os dias!
E longe do que é límpido e cristalino
Sinto-me mal, sinto ódio,
O pessimismo corrói a minha alma de cristal
O cristal não vale nada!
A minha alma não vale nada!
Vou vendendo-a às pecinhas...
Sou como um péssimo último modelo dos anos 90
E sou mandado para o abate por auto-determinação.
E nem para o abate tenho coragem de ir!
Porque cheira horrivelmente mal
É horroroso!
O abate é uma merda!
O abate é o capitalismo
E todos sabemos o que é que o capitalismo é!
Mesmo que o defendam! Pretendentes de parasita!
É vender os membros e o espírito à produção desumana
E até mesmo a produção desumana mascara-se de luxo!
E convence-me de que preciso de merecer a vida
Quando eu não escolhi porra nenhuma!
E o teu Deus é uma merda!
E o teu Deus quer-te na merda!
O teu Deus odeia-te mais do que aquilo que eu te odeio
E quantas coisas mais eu odeio, porque sim!
Numa embriaguez de ódio.
O teu Deus quer-te mal e foste tu que o criaste
E deste-lhe um tapete numa benção,
E cumprimentaste-o alegremente numa eucaristia
E Deus tratou-te com o cúmulo da misantropia.
E... E... E! E!
E está tudo arruinado agora!
É ruínas fumarentas por toda a parte...
Ruínas de merda!
Só cansam o olhar!
Pior que as ruínas desta nação em obras embargadas
Só a televisão com os seus prémios falsos!
Com o seu evangelho subliminar a sublimar a tua identidade
A tua identidade que é uma merda, e não vale nada!
E eu odeio-te, mas nem te conheço!
E mesmo assim odeio-te menos do que os que te conhecem ou os que dizem que querem o melhor para ti!
E eu odeio-te bastante, porque és incapaz de enlouquecer.
Tu não mereces nem o que conquistas, nem o que te enfiam na boca contra a tua vontade!
Porque tu não cometes o crime do raciocínio
E eu sou um delinquente despercebido,
E já cansa observar esta alucinação através destes olhos
Já cansa interpretar esta aparente realidade,
Que mais pode não ser que uma mentira
E só me resta fechar os olhos e adormecer...
Ir para onde a ferida que estimulo orgulhosamente
Num jeito sádico e de amor ao ódio,
Cala, e onde o meu pensamento pode calar
E onde o meu monólogo negro pode acabar,
Pois já nem sinto sofrimento nem desespero...
Sento-me neste trono contemplativo, numa contemplação doentia
E só tenho ódio, ira autêntica, e uma ideia inédita e voraz,
De que tudo é uma merda!
Onde quer que a paixão não tenha residência.
E então eu sou o personagem,
O personagem de merda,
A quem a sinceridade cortou as cordas vocais.
Recebo a vida como um castigo,
E eu já não sei se consigo...
Enganar-me mais.
Monocórdico,
Monocromático,
O meu monólogo
Um discurso cinzento,
Sinto-me traído
Pelo descanso,
Que engana os sentidos,
E é tudo uma ilusão
Tanto tempo para acordar
Já acordei.
Não.
Não há maneira de isto ficar bem
É uma coisa hedionda,
Cheira mal, repugna,
Dá asco!
A besta mais suja vomita
A humanidade é o réu e o carrasco.
Acredita em tanta coisa, e em nada acredita.
Ninguém vale nada!
Eu não valho nada!
Recebi isto como uma chapada!
Interpreto a vida como um castigo!
E eu já não sei se consigo...
Enganar-me mais.
Sou um cínico de um mentiroso!
Sou um mentiroso de um aldrabão!
Um aldrabão de um falso!
Caminho fétido, trôpego e descalço
Nesta calçada patriota,
Cheia de agulhas e vidros de garrafas de vinho do porto!
Vinho alentejano
E aguardente da Lourinhã.
É a social-democracia...
A social-democracia é uma merda!
O capitalismo é uma merda!
A direita é uma merda!
O centro é uma merda!
A esquerda é uma merda!
A extrema-esquerda satisfaz...
Lá com uns vestigiozinhos de fezes.
Mas o liberalismo é uma merda! Neo, clássico, libertino, tenho raiva, odeio, e BAM! Morra!
O barulho urbano é uma merda!
É tudo uma merda
E até o que não é uma merda cheira mal!
É uma massa intensa e pesada
Constituída por matéria fecal,
É uma visão, um cenário para o qual acordo sem vontade
É o quotidiano, é a merda de mentira
Que vivemos todos os dias!
E longe do que é límpido e cristalino
Sinto-me mal, sinto ódio,
O pessimismo corrói a minha alma de cristal
O cristal não vale nada!
A minha alma não vale nada!
Vou vendendo-a às pecinhas...
Sou como um péssimo último modelo dos anos 90
E sou mandado para o abate por auto-determinação.
E nem para o abate tenho coragem de ir!
Porque cheira horrivelmente mal
É horroroso!
O abate é uma merda!
O abate é o capitalismo
E todos sabemos o que é que o capitalismo é!
Mesmo que o defendam! Pretendentes de parasita!
É vender os membros e o espírito à produção desumana
E até mesmo a produção desumana mascara-se de luxo!
E convence-me de que preciso de merecer a vida
Quando eu não escolhi porra nenhuma!
E o teu Deus é uma merda!
E o teu Deus quer-te na merda!
O teu Deus odeia-te mais do que aquilo que eu te odeio
E quantas coisas mais eu odeio, porque sim!
Numa embriaguez de ódio.
O teu Deus quer-te mal e foste tu que o criaste
E deste-lhe um tapete numa benção,
E cumprimentaste-o alegremente numa eucaristia
E Deus tratou-te com o cúmulo da misantropia.
E... E... E! E!
E está tudo arruinado agora!
É ruínas fumarentas por toda a parte...
Ruínas de merda!
Só cansam o olhar!
Pior que as ruínas desta nação em obras embargadas
Só a televisão com os seus prémios falsos!
Com o seu evangelho subliminar a sublimar a tua identidade
A tua identidade que é uma merda, e não vale nada!
E eu odeio-te, mas nem te conheço!
E mesmo assim odeio-te menos do que os que te conhecem ou os que dizem que querem o melhor para ti!
E eu odeio-te bastante, porque és incapaz de enlouquecer.
Tu não mereces nem o que conquistas, nem o que te enfiam na boca contra a tua vontade!
Porque tu não cometes o crime do raciocínio
E eu sou um delinquente despercebido,
E já cansa observar esta alucinação através destes olhos
Já cansa interpretar esta aparente realidade,
Que mais pode não ser que uma mentira
E só me resta fechar os olhos e adormecer...
Ir para onde a ferida que estimulo orgulhosamente
Num jeito sádico e de amor ao ódio,
Cala, e onde o meu pensamento pode calar
E onde o meu monólogo negro pode acabar,
Pois já nem sinto sofrimento nem desespero...
Sento-me neste trono contemplativo, numa contemplação doentia
E só tenho ódio, ira autêntica, e uma ideia inédita e voraz,
De que tudo é uma merda!
Onde quer que a paixão não tenha residência.
E então eu sou o personagem,
O personagem de merda,
A quem a sinceridade cortou as cordas vocais.
Recebo a vida como um castigo,
E eu já não sei se consigo...
Enganar-me mais.
terça-feira, janeiro 07, 2014
A Razão Morreu
Usei a razão para descobrir
Que sou essencialmente irracional
E vão puxando sem sucumbir
A carroça que tombou, o cavalo emocional
E o cavalo do que é físico e corpóreo
E cada vez aceito com maior agressividade
Que o que outrora era complexo, é agora acessório
E mais me pesa no espírito, a ainda tenra idade
E a culpa é minha, absolutamente minha
Que me atrevi a raciocinar
Num mundo em que sou um ponto numa linha
Até ao dia em que a morte me venha buscar
Fragmento-me em dois, o eu social
Com todas as características que não interessam
E o eu despedeçado como um vidro numa catedral
Marginalizada por todos os que se atravessam
No meu intenso e alucinante sonhar
A razão deixou de ser para mim pragmática
Mas quanto mais se pensa, mais se quer pensar
A máquina é programada com mais complexa matemática
Mais intensa, mais exaustiva, mais, mais, mais...
Tchuff, zás! Sons electrónicos, sobreaquece errática
Ai, se alguma vez julgaram meus pais
Que o seu progénito teria na sua alma tamanho estigma
Como tirado de catacumbas da antiguidade
É tudo em mim um fervoroso enigma
Tanto quis ser humano que larguei a minha humanidade
Amo a minha pátria e o meu povo
Amo a distante justiça e a igualdade
E ainda nos meus 18, sinto-me velho mas sou tão novo
E já questiono o valor de tudo isso
Eu nem culpo o azar ou a sorte
Tenho medo, rio disso, e estou submisso
Tal é o horror que tenho que às vezes perco o Norte
Não fossem umas asas de anjo me acolherem
E a minha vida não teria linha de história mas um corte
E quanto mais vejo todos os Deuses a morrerem
Mais eu temo o mundo e temo a morte...
Que sou essencialmente irracional
E vão puxando sem sucumbir
A carroça que tombou, o cavalo emocional
E o cavalo do que é físico e corpóreo
E cada vez aceito com maior agressividade
Que o que outrora era complexo, é agora acessório
E mais me pesa no espírito, a ainda tenra idade
E a culpa é minha, absolutamente minha
Que me atrevi a raciocinar
Num mundo em que sou um ponto numa linha
Até ao dia em que a morte me venha buscar
Fragmento-me em dois, o eu social
Com todas as características que não interessam
E o eu despedeçado como um vidro numa catedral
Marginalizada por todos os que se atravessam
No meu intenso e alucinante sonhar
A razão deixou de ser para mim pragmática
Mas quanto mais se pensa, mais se quer pensar
A máquina é programada com mais complexa matemática
Mais intensa, mais exaustiva, mais, mais, mais...
Tchuff, zás! Sons electrónicos, sobreaquece errática
Ai, se alguma vez julgaram meus pais
Que o seu progénito teria na sua alma tamanho estigma
Como tirado de catacumbas da antiguidade
É tudo em mim um fervoroso enigma
Tanto quis ser humano que larguei a minha humanidade
Amo a minha pátria e o meu povo
Amo a distante justiça e a igualdade
E ainda nos meus 18, sinto-me velho mas sou tão novo
E já questiono o valor de tudo isso
Eu nem culpo o azar ou a sorte
Tenho medo, rio disso, e estou submisso
Tal é o horror que tenho que às vezes perco o Norte
Não fossem umas asas de anjo me acolherem
E a minha vida não teria linha de história mas um corte
E quanto mais vejo todos os Deuses a morrerem
Mais eu temo o mundo e temo a morte...
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Terceto da Coesão Social
Pobre e desolado é o homem
Que perante um mundo variado e vivo, o despreza e destrói encadeado na perdição do digital.
E a maioria de nós é esse homem.
Que perante um mundo variado e vivo, o despreza e destrói encadeado na perdição do digital.
E a maioria de nós é esse homem.
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